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Uma equipa do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) está a desenvolver um sistema que limita o tempo de banho em estabelecimentos com balneários de uso público, solução que permite reduzir o consumo de água.

“Atualmente, tem havido muito investimento em soluções para poupar água, especialmente nas áreas da indústria e agricultura”, no entanto, a nível doméstico e comercial, “apenas têm surgido pequenas intervenções tecnológicas, sobretudo na sensibilização, o que acaba por não permitir reduções significativas”, disse Luís Kuski, um dos fundadores da ‘startup’ (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento) GKwatertec, responsável pelo projeto.
Relativamente à utilização diária de água por parte do cidadão comum, continuou, existe “um enorme desperdício”, não bastando “apenas sensibilizar” os utilizadores.

O sistema desenvolvido pela equipa, que pode ser instalado em entidades que tenham chuveiros para uso público – escolas, pavilhões desportivos, ginásios, piscinas, hotéis e ‘hostels’ -, disponibiliza uma interação com o utilizador final, permitindo ao mesmo acompanhar os seus consumos e melhorá-los no dia-a-dia.

“Após terminar a sua atividade física, o utilizador aproxima-se do chuveiro – onde o sistema está instalado diretamente na tubagem – e identifica-se, através de uma pulseira que possuirá um dispositivo de identificação. O sistema associa o utilizador ao seu perfil, surgindo no visor tátil um conjunto de informações – como o tempo disponível para o banho, a temperatura da água e a água que está a ser consumida -, podendo ser iniciado o banho a partir desse momento”, explicou.

Segundo Luís Kuski, só é descontado ao utilizador o tempo que este de facto utiliza o recurso, ou seja, caso desligue a passagem da água por algum momento, o tempo não é contado durante esse período.

“No final, caso necessite de mais tempo de banho, o utilizador pode acionar essa opção através do visor tátil, onde cada minuto terá um custo extra associado”, acrescentou.

O sistema permite ainda utilizador usar noutro dia o tempo de banho que possa ter poupado anteriormente.

De acordo com o responsável, as mais-valias desta solução, cujo protótipo para o mercado estará finalizado no último trimestre de 2018, prendem-se com uma redução no consumo de água e de energia por parte das empresas ou entidades, que leva também a diminuição de emissão de dióxido de carbono.
Através deste sistema é possível “poupar milhões de metros cúbicos de água por ano, reduzindo a média do tempo de banho em apenas um ou dois minutos”, frisou.

A equipa, contou, começou a criar este projeto há três anos, trabalho que tem sido “demorado e contínuo”, tendo que “superar imensas barreiras, sobretudo a nível financeiro, na submissão do pedido de patente nacional e na elaboração do plano de negócios”.

“Agora estamos numa fase de validação, a realizar os últimos testes ao sistema e a trabalhar no ‘design’ do produto, terá igualmente em consideração a minimização dos impactos ambientais e das pegadas de carbono e hídrica na sua produção”, salientou.

Um dos objetivos futuros do grupo passa por estabelecer parcerias com municípios, visto serem as unidades serviço público “que devem procurar mais assertivamente soluções que mitiguem o impacto no clima e que vão de encontro às diretivas propostas pela União Europeia”, disse ainda.

Além de Luís Kuski, fazem parte da GKwatertec João Antunes, João Vieira, Eduardo Maia, Rui Oliveira, Pedro Moura e Fábio Sá, bem como os docentes Nídia Caetano e do Carlos Felgueiras, todos do ISEP.

A ‘startup’ participou na final nacional da ClimateLaunchpad, uma competição tecnológica promovida pela Comissão Europeia, que apoia ideias inovadoras com vista à redução do impacto ambiental.

A final portuguesa do concurso decorreu na passada quinta-feira, no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), uma das entidades que, há três anos, organiza o evento, em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).

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